A cada dia me convenço mais de
que o que o Brasil precisa é de uma educação que ensine seus jovens a pensar e
não a aceitar, sem questionamentos aquilo que o governo, os professores, os
“mais velhos” dizem.
Digo isso por duas situações em
especial: O aumento da tarifa do transporte publico e a decisão dos servidores
federais do IFRN de continuar a greve, apesar de ser contrária a posição
nacional.
Em relação ao primeiro, os
estudantes organizaram um movimento cujo foco é protestar contra o aumento abusivo
das passagens de ônibus. O movimento surgiu na internet e ganhou as ruas.
Resultado: uma tropa de choque contra os estudantes.
Mas essa necessidade de uma
educação que nos faça pensar se apresentou mais forte, com a deliberação dos
servidores de continuar com uma greve que já dura mais de dois meses, na qual não
vejo mais aquele sentido político que deve (ou deveria) estar presente na greve.
Quero antes de tudo, deixar bem claro que sou sim a favor da luta por um
salário equivalente ao trabalho por eles realizado, diria ainda que os
professores deveriam ter o salário mais alto entre todos os servidores públicos
(a realidade, infelizmente é muito distante disso).
Mas o caso é que dia 30 de
agosto, o sindicado nacional publica a seguinte noticia:
Mas ontem, acordei com a seguinte noticia:
“Assembleia delibera a
continuidade da greve no IFRN”
Obviamente que os estudantes – maiores
prejudicados da situação – não aceitaram essa “mudança de opinião” sem reclamar,
uma vez que estamos no inicio de setembro e concluímos apenas o 1° bimestre... Infelizmente,
nossas reclamações só valem quando convém.
Não é fácil ver um governo
autoritário, cuja única preocupação é “inflar” a bolsa, e esquecer-se das
questões mais básicas, como educação, saúde, transporte, segurança. O retrato
dessa despreocupação do governo com a população está no contraste entre a 6ª
posição conquistada pelo Brasil no ranking da economia mundial, enquanto entre
187 países, ocupa a 87ª posição no quesito IDH.
Parece que o governo esqueceu que
subiu ao poder, por causa dessas bases que hoje tanto ignoram a ponto de “não
negociar com grevista”. Essa posição arrogante do governo vem endurecendo a
posição do sindicato também, essa decisão de continuar com a greve, mesmo após
a indicação nacional de saída demonstra isso.
Ao final de tudo, querem que os
estudantes de “posicionem” a favor do movimento sem questionar, mas, felizmente,
isto não está acontecendo. Parece que estão nos ensinando a pensar sem nem
mesmo perceber...